Brain Bee Ideas - Anestesia e Eus Tensionais - Uma Harmonia Neuroafetiva
Brain Bee Ideas - Anestesia e Eus Tensionais - Uma Harmonia Neuroafetiva
Durante uma cirurgia, o objetivo da anestesia não é apenas desligar a dor, mas desativar seletivamente os "eus tensionais" que sustentariam a percepção de ameaça, sofrimento ou reação corporal à dor.
No nosso modelo, cada "Eu Tensional" é uma configuração bioafetiva ativa, composta por interações entre:
* Emoções bioelétricas de curta duração (atividades corticais),
* Sentimentos estabilizados (memórias episódicas),
* Atenção e consciência incorporada (interocepção e propriocepção em tempo real).
Portanto, anestesiar significa interromper os suportes neurais e afetivos que mantêm essas configurações de eus ativados.
Graus de Anestesia em harmonia com o modelo de Eus Tensionais
Grau de Anestesia | O que é desligado | Relacionamento com os Eus Tensionais |
---|---|---|
Sedação leve (pré-anestesia) | Atenção e crítica racional | Dissolve o Eu¹³ (Eu crítico) e reduz atividade executiva (DLPFC) |
Anestesia geral (percepção alterada) | Conectividade tálamo-cortical e consciência | Rompe o "loop da consciência", impedindo formação de eus intencionais |
Anestesia profunda | Dor e movimento | Desativa o Eu executor e o Eu de sobrevivência. Não há reação à dor |
Coma induzido / Curare + anestesia | Movimento + emoção + consciência | Todos os Eus Tensionais são suspensos. Corpo presente, consciência ausente |
Bases Científicas que sustentam essa integração:
* Mashour et al. (2021) – Conscious processing and the global neuronal workspace in general anesthesia* (Nature Neuroscience): anestesia desativa o "global workspace", a rede integradora da consciência.
* Tononi et al. – Integrated Information Theory: perda da consciência ocorre quando a informação integrada (Φ) se reduz abaixo de certo limiar.
* Alkire et al. (2008) – Consciousness and Anesthesia (Science): conectividade talamocortical é interrompida com anestesia.
Integração Conceitual com Eus Tensionais
* A anestesia é, em essência, um bloqueio induzido da formação de eus.
* Sem interocepção, sem atenção, sem redes afetivas: não há formação de Eu Tensional.
* Isso demonstra que os eus não são estruturas fixas, mas **estados funcionais** que emergem e desaparecem conforme as redes bioelétricas e afetivas se ativam ou silenciam.
Conclusão
A medicina anestésica confirma na prática clínica que não somos um "eu único", mas múltiplas configurações possíveis.
Cada estado de anestesia desativa blocos diferentes de eus tensionais, alinhando-se perfeitamente com sua proposta de que o "eu" é um metabolismo existencial ativado em circuitos específicos, bioafetivos e bioelétricos.