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Movimentar-se é uma das necessidade básicas humanas e de todos animais. A todo momento realizamos movimentos de forma consciente (voluntária) ou inconsciente (involuntária): caminhar, correr, nadar, sentar, piscar os olhos, respirar e deglutir são apenas alguns exemplos que podemos citar das várias ações motoras realizadas pelo organismo.
Para tanto, o controle motor é um sistema complexo que envolve um conjunto de órgãos programadores, planejadores, executores e ordenadores, que inicia em diversas regiões cerebrais e termina na contração e relaxamento muscular.
Dessa forma, você já se questionou como o organismo e o cérebro humano trabalham para realizar as funções motoras?
Neste blog, veremos as regiões corticais associadas ao controle motor dos músculos esqueléticos e toda a via nervosa responsável por carregar a informação motora.
Para facilitar o estudo neuroanatômico, cientistas dividem em 4 elementos fundamentais que participam da realização dos movimentos corporais voluntários: elementos efetores, ordenadores, controladores e planejadores.
Os elementos efetuadores ou efetores são responsáveis pela realização dos movimentos, são representados pelo músculos esqueléticos; os ordenadores dão o comando para a execução do movimento, eles são representados pelos motoneurônios da medula, que estão situados no corno ventral, e pelo tronco encefálico; os controladores são os responsáveis pela execução correta do comando dos movimentos e são representados pelo cerebelo e núcleos da base; e os planejados ou programadores que organizam todo o comando motor e são representados por diversas regiões corticais. Alguns movimentos corporais são mais simples e estereotipados e não necessitam da ativação cortical para executar o movimento. Podemos citar os atos reflexos, ou seja, ações automáticas, como por exemplo: retirada rápida do dedo quando perfurado por um prego.
Entretanto, outros movimentos mais complexos e exigem uma programação do alto comando motor que envolvem o córtex cerebral e regiões subcorticais. A via descendente motora apresenta dois sistemas de controle: central e lateral. O sistema central descendente motor é responsável pelo controle da postura e do equilíbrio corporal, sendo capaz de comandar os músculos vertebrais e de regiões centrais do corpo. As regiões encefálicas responsáveis pelo controle do equilíbrio e da postura são os núcleos da base localizados no tronco encefálico e o cerebelo. Já a via lateral descendente do controle motor é responsável por enviar comandos para os músculos esqueléticos das regiões distais: membros superiores e membros inferiores. Essa via é controlada por estruturas corticais superiores, como o córtex motor primário (M1), localizado no giro pré-central do lobo frontal, área suplementar (MS), área pré-motora (PM) e a área motora cingulada (MC).
Após enviar os comandos do movimento, os impulsos elétricos descem toda a via motora e chegam ao músculos, que são considerados elementos efetores do movimento. Os músculos estão constituídos por fibras alongadas formadas por proteínas de filamentos finos e grossos. Ao receberem o potencial de ação (impulso nervoso), íons como o cálcio, sódio e o potássio são deslocados do seu local de origem e favorecem o processo de contração e relaxamento muscular.
Dessa forma, toda a via motora é constituída por um conjunto de elementos nervosos e musculares capazes de trabalhar em sincronia a fim de promover o movimento corporal fisiológico.
Entretanto, quando essa via nervosa é afetada por patologias autoimunes ou tramas, podem gerar doenças e deficiências, tais como: esclerose lateral múltipla, esclerose lateral amiotrófica e a lesão medular. Condições que acometem os movimentos e incapacitam indivíduos. No entanto, diversas pesquisas científicas tem se dedicado a esse campo de estudo com o intuito de desenvolver terapias para essas condições patológicas.
Para essa e outras informações sobre neurociências, acompanhem as nossas postagens diariamente no nosso site. Referências
Robert Lente. Cem bilhões de neurônios. Conceitos Fundamentais de neurociência. Kandel. Princípios da Neurociência
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