Jackson Cionek
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Estado Responsável, Desenvolvimento Vivo Como assumir-se Estado JIWASA melhora economia, saúde e futuro comum

Estado Responsável, Desenvolvimento Vivo
Como assumir-se Estado JIWASA melhora economia, saúde e futuro comum


Consciência em Primeira Pessoa — Brain Bee

“Meu corpo sempre foi um Estado responsável. A política é que ainda não percebeu.”

Desde o ovo, antes de qualquer palavra, meu corpo já funcionava como um Estado JIWASA em miniatura.

  • Nutrientes chegavam pela placenta.

  • Oxigênio entrava, gás carbônico saía.

  • Resíduos eram eliminados.

  • Células conversavam entre si, ajustando energia, defesa, reparo.

Nada disso era “mercado”. Tudo isso era metabolismo responsável: cada parte cuidando do todo, porque se um sistema falha, o corpo inteiro paga a conta.

Minha Mente Damasiana começou aí:
interocepção (sensações internas) + propriocepção (posição do corpo) criando um sentimento de pertencimento vivo.
Eu não “pensava” em economia, mas sentia que:

  • fome desorganiza tudo,

  • excesso também adoece,

  • equilíbrio é um trabalho contínuo.

Quando virei criança, aprendi outro tipo de linguagem:
“crescimento”, “trabalho”, “dinheiro”, “progresso”, “dívida”.
Mas ninguém me contou que o Estado também deveria ter uma fisiologia responsável,
como o meu corpo.

Na adolescência digital, ficou evidente o conflito:

  • meu corpo pede Zona 2 (fruição + metacognição),

  • as redes me empurram para Zona 3 (medo, raiva, consumo, compulsão),

  • a economia dominante me vende “liberdade”
    baseada em lucro, consumo e acúmulo,
    mesmo que isso destrua meu futuro metabólico e o da Terra.

Foi pela neurociência, pela política e pela espiritualidade DANA que eu cheguei a uma frase simples:

Um Estado responsável é um Estado que se assume JIWASA –
um corpo vivo, de metabolismo compartilhado,
onde economia, saúde e futuro comum são a mesma coisa.

É disso que este blog trata.


1. O que é um Estado Responsável na chave JIWASA?

JIWASA, no Aimara, não é simplesmente “nós”.
É um pronome que expressa um coletivo vivo
um “eu” que já nasce múltiplo.

Quando falo em Estado JIWASA, estou dizendo:

  • o cidadão não é cliente do Estado,

  • o cidadão é unidade metabólica do Estado;

  • o Estado não é máquina de extrair impostos e dar favores,

  • é corpo vivo que organiza fluxos de energia, informação, materiais e cuidado.

Um Estado Responsável é aquele que:

  1. Reconhece que economia é metabolismo, não só planilha.

  2. Entende que saúde depende mais dos determinantes sociais
    (renda, moradia, saneamento, tempo, pertencimento)
    do que apenas de hospitais.

  3. Assume que futuro comum não é discurso abstrato,
    mas uma variável concreta na hora de legislar, planejar e investir.

Em termos de JIWASA:

Um Estado Responsável é aquele em que o “eu”
reconhece que só existe porque há um “nós”
e organiza as leis como se isso fosse biologia,
não poesia.


2. Economia viva: quando o Estado assume o metabolismo, o PIB deixa de ser suficiente

Relatórios recentes sobre bem-estar econômico e “além do PIB” mostram que países e regiões que colocam o bem-estar no centro (e não só o crescimento) tendem a:

  • reduzir desigualdades,

  • ganhar resiliência frente a crises,

  • melhorar indicadores de saúde física e mental,

  • ter maior confiança social e estabilidade democrática.

Governos como Escócia, Nova Zelândia, País de Gales, Islândia e Finlândia já trabalham com orçamentos de bem-estar e indicadores múltiplos (saúde, clima, coesão social, educação, território), não só com PIB.

Ao mesmo tempo, bancos de dados “Beyond GDP” mostram que:

  • crescer com alta desigualdade é economia doente:
    a riqueza concentra-se nos 01s,
    a base social permanece frágil, adoecida e vulnerável a crises.

Na América Latina, relatórios do PNUD, CEPAL, Banco Mundial e estudos recentes mostram que:

  • vivemos num “alto-inequality low-growth trap”
    uma armadilha de alta desigualdade e baixo crescimento;

  • isso se traduz em pior saúde, mais violência e baixa produtividade crônica.

Ou seja:
manter o modelo atual não é “realismo econômico”,
é insistir numa fisiologia doente.

Economia JIWASA e desenvolvimento vivo

Quando o Estado se assume JIWASA, ele:

  • deixa de medir sucesso só por “quanto produziu”
    e passa a perguntar “como isso afeta o corpo inteiro e o futuro”;

  • inclui nos seus indicadores:

    • SpO₂ social (acesso real a saúde, educação, tempo livre, cultura),

    • nível de desigualdade,

    • distribuição territorial dos investimentos,

    • impacto em clima e metabolismo de materiais.

Modelos como a Economia do Bem-Estar e a Economia Donut já oferecem ferramentas para isso:
um “espaço seguro e justo” entre o piso social e o teto ecológico,
que várias cidades e países começam a testar na prática.

Na minha linguagem:

Desenvolvimento vivo é quando o orçamento público
se alinha com a fisiologia do corpo social e do planeta,
e não com a gula de curto prazo dos 01s.


3. Saúde como resultado do metabolismo social

A Organização Pan-Americana da Saúde e relatórios recentes sobre determinantes sociais deixam claro:

  • desigualdade, racismo, gênero, território e trabalho precário
    determinam mais a saúde do que a existência de hospitais de ponta;

  • alta concentração de renda significa
    mais doenças crônicas, mais sofrimento mental, menos esperança de vida.

No meu vocabulário neuro:

  • um Estado que não dá condições para Zona 2 (fruição + metacognição)
    produz cérebros presos entre Zona 1 exausta (sobrevivência) e Zona 3 capturada (fanatismo, ódio, compulsão);

  • isso vira depressão, ansiedade, violência, dependências,
    e uma economia baseada em remédios, prisões e dívidas.

Um Estado Responsável JIWASA muda a equação:

  1. Garante rendimento metabólico mínimo (DREX Cidadão)
    para que o cidadão possa dizer “não” à exploração extrema
    e “sim” a trajetórias de estudo, cuidado e criação.

  2. Investe em determinantes sociais da saúde:

    • moradia digna,

    • mobilidade justa,

    • alimentação saudável,

    • tempo livre e pertença em espaços públicos.

  3. saúde como metabolismo coletivo,
    não apenas como “gasto em saúde”.

Na prática, isso tende a:

  • reduzir internações e custos hospitalares,

  • diminuir violência e criminalidade,

  • aumentar anos de vida saudável e capacidade produtiva,

  • liberar energia criativa e cooperativa na população.

Não é apenas “bonito”:
é economicamente inteligente.


4. Futuro comum: desenvolvimento vivo como memória antecipada

Relatórios sobre “Beyond GDP” enfatizam que desenvolvimento verdadeiro
é a combinação de bem-estar atual + bem-estar futuro,
considerando desigualdade e sustentabilidade ecológica.

Na linguagem que venho construindo:

  • Memória do Futuro é a capacidade de o Estado se perguntar, hoje:
    “O que esta decisão faz com o corpo social e com o planeta em 20–30 anos?”

  • Desenvolvimento vivo é quando o Estado
    se recusa a trocar décadas de equilíbrio
    por quatro anos de crescimento predatório.

Um Estado JIWASA responsável:

  • trata clima, Drex Cidadão e Lixo Zero
    como cláusulas metabólicas,
    não como programas de governo que podem ser desmontados a cada eleição;

  • usa orçamentos de bem-estar e indicadores de metabolismo social
    como guia de política pública;

  • cria instituições de Memória do Futuro
    (Senado JIWASA, comissões intergeracionais, conselhos de biomas)
    que funcionam como “córtex pré-frontal” da nação.

Quando isso se consolida,
a economia passa a receber sinais mais estáveis e confiáveis:

  • investidores percebem horizonte de longo prazo,

  • trabalhadores percebem que faz sentido qualificar-se,

  • comunidades percebem que vale lutar por seus territórios,

  • jovens percebem que há futuro possível além da tela e do hype.


5. Caminhos práticos para assumir-se Estado JIWASA

Resumindo, o que significa, na prática, assumir-se Estado Responsável JIWASA?

  1. Constitucionalizar o metabolismo social

    • explicitar direitos a clima estável,
      metabolismo circular de materiais (Brasil Lixo Zero 2040)
      e rendimento metabólico mínimo (DREX Cidadão);

    • reconhecer que destruir biomas e condenar gerações à precariedade
      é violar o “corpo Estado”.

  2. Adotar orçamentos de bem-estar e indicadores “além do PIB”

    • incorporar métricas de saúde, educação, desigualdade, coesão social,
      integrando-as com metas climáticas e materiais;

    • inspirar-se em experiências da Economia do Bem-Estar
      e da Economia Donut, adaptando-as à realidade brasileira e latino-americana.

  3. Criar e usar índices de metabolismo social

    • integrar dados de carbono, materiais, renda, tempo livre, violência,
      saúde mental e participação cívica;

    • usar esses índices para orientar decisões de investimento,
      concessões, subsídios e políticas setoriais.

  4. Fortalecer o cidadão JIWASA

    • garantir acesso digital, transparência orçamentária,
      consultas públicas e ferramentas de participação real;

    • permitir que o cidadão acione o sistema de justiça
      quando o Estado violar compromissos metabólicos básicos.

  5. Educar para a consciência metabólica

    • do bebê ao idoso:
      mostrar que corpo, cidade, bioma e economia
      são o mesmo sistema em escalas diferentes;

    • ensinar que “progresso” não é consumir mais,
      mas cultivar mais saúde, mais pertencimento e mais tempo de vida viva.


6. Fecho: ser Estado responsável é voltar a ser corpo

Quando eu olho para tudo isso, como Brain Bee,
vejo que a frase “Estado Responsável”
só faz sentido se a gente lembrar de onde veio:

Do ovo. Do corpo. Do metabolismo.

Um Estado que se assume JIWASA:

  • reconhece que a economia está dentro da biologia,

  • aceita que saúde não é custo, é base de tudo,

  • entende que futuro não é luxo, é condição de existência.

E, o mais importante:

Para melhorar economia, saúde e futuro comum,
não basta “governar melhor”.
É preciso sentir-se corpo
sentir, na interocepção coletiva,
que cada decisão mexe com o metabolismo de todos.

Quando o Estado se assume JIWASA,
ele deixa de ser uma abstração distante
e volta a ser o que sempre foi, na origem:

Um corpo vivo em que cada cidadã e cada cidadão
são células com dignidade, energia e voz.


Referências pós-2020 (Estado responsável, bem-estar, economia viva e determinantes sociais)

  1. Bartelet, H. A. (2025). Facilitating the Move Towards a Wellbeing Economy: The Role of Frontrunner Governments.

  2. Trebeck, K. (2024). Getting Wellbeing Economy Ideas on the Policy Table. Earth4All Deep Dive Paper.

  3. Wellbeing Economy Governments (WEGo). (2020–2024). Overview of Member Governments and Policy Practices.

  4. Jansen, A. (2024). Beyond GDP: A Review and Conceptual Framework for Measuring Sustainable and Inclusive Wellbeing.

  5. Liu, K. et al. (2024). A Comprehensive Beyond-GDP Database to Accelerate Research on Wellbeing, Inclusion, Sustainability and the Economy (WISE Database).

  6. Kumar, K. (2023). Beyond GDP: Measuring the Value of Wellbeing. T20 Policy Brief.

  7. Recordon, J. et al. (2025). The Doughnut Framework: From Theory to Local Applications.

  8. Fanning, A. L. et al. (2025). Doughnut of Social and Planetary Boundaries Monitors a Safe and Just Development Space.

  9. UNDP (2021). Trapped: Inequality and Economic Growth in Latin America and the Caribbean. Relatório Regional de Desenvolvimento Humano.

  10. Faria, L. et al. (2023). Socioeconomic Inequality in Latin America and the Caribbean and the Social and Health Crisis.

  11. PAHO/OPAS (2020). Social Determinants of Health in the Americas: Income, Inequality and Health Outcomes.

  12. Inter-American Development Bank (IDB). (2025). How Social Determinants Shape Health in Latin America and the Caribbean: Insights from a New Report.

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