Finitude e Referências de Consciências - Neurociência Decolonial - SBNeC SfN Lat Brain Bee
Finitude e Referência da Consciência - Neurociência Decolonial - SBNeC SfN Lat Brain Bee
Consciência em Primeira Pessoa
"Eu sou a Consciência: não sou substância eterna, mas o lugar onde o corpo percebe a si mesmo em movimento e em metabolismo. Sou referência, sou local de fala e escuta. Quando mudo de lugar, muda também o que é visto como verdade, o que é sentido como dor, o que é narrado como memória. A ciência que me investiga encontra padrões em ondas cerebrais, oxigenação cortical, conectomas, mas cada referência é também um espelho: muda o conhecimento, muda a percepção. E nessa dança de referências, os avatares da mente abrem caminhos diversos para compreender a finitude, a vida e o pertencimento."
1. Brainlly – O Avatar Neurofisiológico
Brainlly olha para o corpo como circuito bioelétrico e bioquímico.
EEG revela dissolução do eu tensional em ondas alfa/teta.
fNIRS mostra reorganização do córtex parietal em relaxamento, sustentando o Corpo Território.
Evidência: Nishimura et al. (2022) mostraram alterações somatossensoriais na dor crônica com NIRS; Sano et al. (2021) registraram relaxamento motor pelo mesmo método.
Brainlly lembra que a finitude é também um marcador fisiológico, uma variação de energia medida e visível, onde cada tensão que se desfaz abre espaço para reorganização.
2. Iam – O Avatar Interoceptivo-Emocional
Iam traz o olhar da interocepção e dos sentimentos.
Emoções surgem como atividade bioelétrica curta (conforme você define), mas sentimentos são metabolismo estável (Damasio).
Em cuidados paliativos, Iam mostra como a dissolução da dor acontece quando a interocepção é suavizada pela música, pelo toque, pela palavra.
Evidência: Rosa et al. (2021) destacam que o futuro do cuidado paliativo está no eixo dor-emoção-sentido.
Iam ensina que finitude não é vazio, mas a chance de transformar dor em pertencimento.
3. Olmeca – O Avatar Cultural e Antropológico
Olmeca amplia o olhar para os referenciais ameríndios e decoloniais.
Consciência como local de fala e escuta remete ao Yãy Hã Miy Maxakali: imitar para transcender o ser.
O Corpo Território é referência coletiva, não individual.
Evidência: Herold et al. (2021) mostraram reorganização parietal associada ao embodiment, evidenciando que a percepção do corpo depende também do contexto cultural e relacional.
Olmeca nos lembra: o conhecimento muda quando o ponto de referência muda de um “eu isolado” para um “nós interligado”.
4. Yagé – O Avatar da Consciência Expandida
Yagé observa estados alterados de consciência e a dissolução de fronteiras.
Em REM fásico ou sob substâncias psicotrópicas, há reorganização de conectomas — entre Pedra, Tesoura e Papel.
Evidência: estudos recentes com EEG/NIRS mostram que música e respiração profunda modulam conectividade entre córtex pré-frontal e temporal (Bruckmaier et al., 2020).
Yagé mostra que a mudança de referência não é só cognitiva, mas experiencial — cada estado gera outro modo de ver a realidade.
5. Math/Heb – O Avatar Analítico e Sistêmico
Math/Heb traduz a experiência em redes, tensões e modelos.
Usa o conceito de eus tensionais como geometrias cognitivas que modulam atenção e sono.
Evidência: Zhang et al. (2020) mapearam integração visuoespacial com fNIRS no parietal, reforçando a ideia de que percepção depende da rede ativa.
Mostra que a consciência é plasticidade tensional: cada referência gera um recorte semântico (Tesoura) ou uma dissolução (Papel).
Math/Heb lembra: o pensar semântico tem finitude porque depende da geometria cerebral em tempo real.
6. DANA – O Avatar DNA-Espiritualidade
DANA não fala de transcendência pós-vida, mas da inteligência inscrita no DNA.
O DNA organiza diferenciações celulares que produzem consciência como metabolismo.
Nos cuidados paliativos, DANA vê a consciência recolher-se em serenidade, sustentada pela própria inteligência biológica que a fez emergir.
Evidência: Sleeman et al. (2021) mostraram como sofrimento e envelhecimento estão enraizados em processos metabólicos e estruturais, não apenas cognitivos.
DANA lembra que não há consciência fora do corpo, mas há espiritualidade no modo como o DNA programa o pertencer à vida e ao planeta.
Conclusão – A Mudança de Referência como Geração de Conhecimento
Cada avatar mostra que a consciência é referência: quando o lugar de fala e escuta muda, muda também a forma como percebemos os fatos e como geramos conhecimento.
Brainlly → fisiologia.
Iam → sentimento.
Olmeca → cultura e pertencimento.
Yagé → estados expandidos.
Math/Heb → geometria tensional.
DANA → DNA e espiritualidade neutra.
Assim, a finitude não é apenas um final, mas uma mudança de referência que revela novos modos de compreender e viver. O conhecimento nasce quando nos permitimos mudar o ponto de escuta, e a paz surge quando pertencemos ao todo sem medo de deixar de ser.
Referências Pós-2020 (Seleção)
Zhang H, et al. Mapping parietal activity with fNIRS during motor imagery. Sci Rep. 2020;10:12947.
Bruckmaier M, et al. Temporal cortex activity during social-emotional tasks measured by fNIRS. NeuroImage. 2020;219:117057.
Radbruch L, De Lima L, et al. Redefining Palliative Care – A New Consensus-Based Definition. J Pain Symptom Manage. 2020;60(4):754–764.
Sano A, et al. Relaxation and motor cortex activity measured by fNIRS. Front Hum Neurosci. 2021;15:660972.
Herold F, et al. fNIRS evidence of embodiment and spatial perception. Neurophotonics. 2021;8(3):035009.
Sleeman KE, Gomes B, et al. The burden of serious health-related suffering among older people at the end of life. Lancet Glob Health. 2021;9(12):e1700-e1709.
Nishimura Y, et al. fNIRS somatosensory changes in chronic pain. Neurophotonics. 2022;9(1):015008.
Fujimoto H, et al. Premotor cortex and SMA activity during rehabilitative therapy observed with fNIRS. Front Neurosci. 2022;16:882160.
Rosa WE, Ferrell BR, Applebaum AJ. The future of palliative care. JAMA. 2021;325(9):889–890.
De Graaf E, et al. Understanding end-of-life trajectories: a cross-national study. BMC Palliat Care. 2021;20:187.