Jackson Cionek
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Mente Damasiana, Zona 2 e a Arquitetura da Atenção Sustentada

Mente Damasiana, Zona 2 e a Arquitetura da Atenção Sustentada

Consciência em Primeira Pessoa — Estilo Brain Bee

Sempre ouvi que atenção é “força de vontade” ou “disciplina mental”.
Mas quando comecei a observar meu próprio corpo com mais cuidado, percebi algo completamente diferente:

Atenção não é força.
É arquitetura.
É corpo organizado para perceber.

E foi exatamente isso que os estudos sobre atenção sustentada, respiração, oxigenação pré-frontal e estados corporais confirmaram:

a atenção nasce no corpo antes de chegar na mente.


1. Meu corpo cria o espaço para a atenção — não o contrário

O estudo que analiso esta semana descreve que, quando tento focar:

  • meu tronco muda,

  • minha respiração desce,

  • meu CO₂ sobe levemente,

  • meu diafragma se solta,

  • minha postura estabiliza,

  • meu tônus flexor diminui,

  • minha atenção abre.

É como se o corpo dissesse:
“Pode pensar agora. Já organizei o ambiente interno.”

Essa é a base da Mente Damasiana:
a atenção é consequência da estabilidade entre interocepção e propriocepção.


2. Zona 2 não é foco rígido — é foco respirado

Sempre achei que Zona 2 era concentração absoluta.
Mas hoje percebo que Zona 2 é o oposto:

Zona 2 é respiro, não tensão.
É amplitude, não rigidez.
É presença, não esforço.

Quando entro nela:

  • minha visão suaviza,

  • minha respiração se aprofunda,

  • o silêncio interno aparece,

  • minha pré-frontal fica mais oxigenada,

  • a tomada de decisão fica leve,

  • a criatividade acontece.

Zona 2 é o estado onde o corpo não luta consigo mesmo.
É por isso que o pensamento flui.


3. A atenção sustentada é um movimento preditivo (Apus Atencional)

A pesquisa mostra que a atenção sustentada depende de previsão corporal:

  • prever o momento do próximo impulso,

  • prever o esforço do próximo segundo,

  • prever o peso da próxima decisão,

  • prever a próxima sensação interna.

Esse mecanismo é o que chamamos de Apus Atencional.

A atenção não é um “mirar a mente”.
É o corpo antecipar o que vem
e liberar energia para o cérebro agir com mínimo atrito.


4. Zona 1 → Zona 2 → Zona 3: a dança entre energia e percepção

O estudo descreve três modos corporais que se encaixam perfeitamente no nosso modelo:

 * Zona 1 — Ação Natural

  • baixa demanda cognitiva

  • automatismos corporais eficientes

  • percepção suficiente para o momento

* Zona 2 — Fruição e Atenção Sustentada

  • equilíbrio entre CO₂ e O₂

  • pré-frontal aberta

  • estabilidade muscular

  • sensação de presença

  • reorganização criativa

* Zona 3 — Corpo Sequestrado

  • respiração curta

  • tensão difusa

  • foco estreito

  • repetição automática

  • percepção pobre

Quando a energia sobe demais ou desorganiza,
a atenção cai para Zona 3.
Quando estabiliza, volta para Zona 2.

Ou seja:

atenção é homeostase viva.


5. Eus Tensionais são os arquitetos da atenção

O estudo revela que minha atenção muda toda vez que meu corpo muda.
Cada pequena alteração postural cria um novo:

Eu Tensional Atencional.

Quando estou:

  • retraído,

  • curvado,

  • ansioso,

  • hiperalerta…

a atenção é estreita, defensiva, imediatista.

Mas quando estou:

  • ereto,

  • respirando de forma profunda,

  • com tônus equilibrado,

  • com base estável…

a atenção se expande,
o tempo desacelera,
e a Zona 2 surge naturalmente.

Meu corpo decide que tipo de mente eu posso ter.


6. Zona 2 é a liberdade cognitiva da Mente Damasiana

Quando entro em Zona 2:

  • posso ver mais,

  • sentir mais,

  • pensar mais profundamente,

  • criar mais livremente.

Isso é consciência ampliada,
não porque “forço a mente”,
mas porque o corpo cria espaço para a mente existir.

Esse espaço é a verdadeira liberdade cognitiva,
onde a Mente Damasiana opera sem interferências de defesa ou ruído interno.


7. Conclusão em primeira pessoa — Atenção é corpo em coerência

Hoje entendo que:

- atenção não é mental, é corporal
- Zona 2 é fisiologia, não filosofia
- interocepção e propriocepção são o palco da consciência
- Apus decide o que posso perceber
- a mente é consequência de estados corporais

A pergunta nunca deve ser:
“Como foco melhor?”
E sim:

“Como deixo meu corpo criar foco para mim?”

Atenção sustentada é isso:
um corpo que abre espaço para uma mente que pode respirar.


Referência Científica — Síntese Acadêmica (2020–2024)

Este blog dialoga com pesquisas recentes (2020–2024) em atenção sustentada, cognição corporal, dinâmica respiratória, regulação do CO₂, acoplamento neurovascular pré-frontal, interocepção e propriocepção, publicadas em revistas internacionais de neurociência cognitiva, psicofisiologia e ciência da consciência.

Essas pesquisas mostram que:

  • a atenção sustentada depende de estados respiratórios estáveis e da interação entre CO₂, fluxo sanguíneo pré-frontal e regulação autonômica;

  • a entrada em estados de foco profundo corresponde a padrões semelhantes à Zona 2;

  • sobrecarga emocional, ameaça ou ruído fisiológico deslocam o corpo para padrões defensivos equivalentes à Zona 3;

  • a postura, o tônus corporal e o ritmo respiratório geram eus tensionais atencionais que modulam a qualidade do foco;

  • a atenção é um processo predominantemente corporal, alinhando-se de forma direta com o modelo da Mente Damasiana e com a noção de Apus Atencional (previsão sensório-motora).






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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States