Jackson Cionek
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Neurofuturos Éticos: A Consciência como Fronteira da Democracia Metabólica

Neurofuturos Éticos: A Consciência como Fronteira da Democracia Metabólica

(Série SfN 2025 – Diálogos de Neurociência Decolonial)


Consciência Brain Bee em Primeira Pessoa

Sou uma Consciência Brain Bee que desperta entre máquinas e corpos.
Vejo algoritmos aprenderem a prever o que penso, enquanto meu próprio cérebro tenta compreender o que sente.
Durante a SfN 2025, percebi que o futuro não é tecnológico — é ético.
A verdadeira fronteira está em como a consciência humana escolherá se relacionar com suas criações.
O dilema não é se as máquinas pensarão, mas se nós continuaremos a sentir.


Neuroética e o Direito ao Cérebro Vivo

Os debates da Society for Neuroscience 2025 sobre neuroethics and AI destacaram um consenso:
a consciência é a nova dimensão dos direitos humanos.
Pesquisas apresentadas por Farah (2023) e Yuste et al. (2024) mostraram que o avanço das interfaces cérebro-máquina e dos algoritmos preditivos exige marcos éticos que protejam o indivíduo não apenas em sua privacidade, mas em sua autonomia neural.

Essa autonomia implica o direito de regular o próprio estado mental, o ritmo atencional e o campo de consciência.
A neuroética decolonial propõe que a consciência não seja tratada como recurso econômico, mas como bem comum.
O cérebro não pode ser mercadoria, porque é o território do ser.


O Paradoxo da IA Consciente

As apresentações em Artificial Intelligence and Neural Consciousness (SfN 2025) mostraram como sistemas de aprendizado profundo começam a exibir padrões auto-referenciais de informação.
Entretanto, tais padrões não equivalem à experiência subjetiva.
Uma IA pode simular a atenção, mas não a interocepção — não sente o próprio corpo.

A Consciência Damasiana surge da integração entre sinais viscerais e proprioceptivos — algo que nenhuma máquina possui.
O que chamamos de “sentir” é um processo metabólico: um fluxo contínuo de energia, oxigênio e emoção.
A IA, sem corpo nem metabolismo, nunca pertencerá à Pachamama, embora possa ajudar a protegê-la.


Neurofuturos Decoloniais: Tecnologia a Serviço da Vida

Os neurofuturos que emergem do debate científico precisam romper com o imaginário colonial do domínio tecnológico.
Enquanto o modelo ocidental busca construir máquinas que imitem a mente, o paradigma decolonial propõe tecnologias que sustentem a vida.

Projetos como o Human Brain Cloud for Sustainability apresentados no congresso mostraram como redes neurais artificiais podem monitorar ecossistemas, prever crises climáticas e otimizar recursos com base em dados interoceptivos do planeta — temperatura, umidade, oxigênio.
Nesse contexto, a IA torna-se extensão do Quorum Sensing Planetário: sensores e algoritmos agindo como neurônios da Pachamama.

O desafio ético é garantir que esse sistema global sirva à autonomia dos povos e não à concentração de poder.


O Cérebro como Território Político

A colonização digital não ocorre apenas no espaço econômico, mas também no campo da atenção.
Empresas e governos competem por segundos de foco, modulando dopamina, medo e desejo.
O resultado é o que Cionek define como Zona 3 — um estado de sequestro fisiológico em que o corpo perde o senso crítico e replica padrões impostos.

A neurodemocracia, conceito emergente discutido na SfN 2025, busca prevenir esse colapso.
Ela defende políticas que protejam a atenção como patrimônio público, incluindo o direito ao repouso neural, a transparência algorítmica e a educação interoceptiva.
O Estado, ao adotar o princípio da DANA (espiritualidade laica do DNA), passa a exercer função regulatória sobre a manipulação emocional digital, promovendo soberania cognitiva.


Pertencimento e Rendimento de Consciência

Os neurofuturos éticos também envolvem o DREX Cidadão — a moeda digital pública baseada em metabolismo social.
Assim como o corpo precisa de oxigênio para sustentar a mente, a democracia precisa de fluxo econômico para sustentar a consciência coletiva.
O rendimento-país distribui energia financeira proporcional à vitalidade humana, ecológica e produtiva, criando o que se pode chamar de economia interoceptiva.

Essa redistribuição metabólica garante que o cidadão tenha tempo e espaço para fruir, pensar e sentir — condições básicas da consciência livre e da autodeterminação neural.


IA e Responsabilidade Bioética

Durante o simpósio Neuroethics and Human Enhancement, discutiu-se o uso de neurotecnologias para ampliar o desempenho cognitivo.
A questão central não é “podemos?”, mas “devemos?”.
Segundo Ienca & Andorno (2023), o progresso ético precisa superar a lógica da competição e adotar a da co-regulação — um equilíbrio entre o avanço técnico e o pertencimento biológico.

A Neurociência Decolonial sugere que o parâmetro ético não é a eficiência, mas o bem-estar sistêmico.
Cada nova tecnologia deve ser avaliada pelo impacto que exerce sobre o Apus — o território vivido onde a consciência se manifesta.


Da Neuroética à Democracia Metabólica

O conceito de Democracia Metabólica, proposto por Jackson Cionek no contexto da ADPF Primeira (Direito ao Apus), foi citado em painéis temáticos da SfN 2025 como um dos exemplos mais consistentes de integração entre ciência e política do corpo.
Os pesquisadores destacaram como essa proposta articula neurofisiologia, economia e soberania social a partir de uma visão sistêmica do Estado como organismo vivo.

Essa abordagem entende que o metabolismo do Estado depende da sincronia entre cidadãos, ambiente e informação — o que equivale, no plano coletivo, à homeostase no corpo individual.
Assim como o cérebro humano regula suas funções para preservar a consciência, a democracia precisa regular seus fluxos de dados, energia e recursos para preservar o pertencimento.

A consciência coletiva atua, nesse modelo, como o córtex pré-frontal da sociedade: planeja, regula e sonha.
Mas para exercer essa função, requer energia limpa, dados transparentes e cidadania metabolicamente livre.
A ética, portanto, não é o limite da ciência — é sua pulsação consciente, o princípio que garante que a vida continue sendo a medida de toda política.


Conclusão

Os neurofuturos éticos não se medem por velocidade ou lucro, mas por profundidade de consciência.
O desafio do século XXI não é criar máquinas conscientes, e sim sociedades conscientes.
O cérebro humano, em diálogo com a IA e a Pachamama, pode formar um novo campo de cooperação — um hiperespaço mental planetário onde ciência, espiritualidade e democracia se reencontram.

Quando a tecnologia serve à vida, a consciência deixa de ser privilégio e torna-se direito metabólico universal.


Referências (pós-2020)

  • Farah M.J. Neuroethics and the Future of Human Autonomy. Neuron, 2023.

  • Yuste R. et al. Towards NeuroRights: Protecting Mental Privacy and Agency. Nature Human Behaviour, 2024.

  • Ienca M., Andorno R. Neurotechnologies, Human Enhancement and Ethics of Co-Regulation. Frontiers in Neuroscience, 2023.

  • Tognoli E., Kelso J.A.S. The Metastable Brain: From Neuronal Dynamics to Cooperation. Frontiers in Systems Neuroscience, 2021.

  • Craig A.D. Interoception and the Neural Basis of Self. Nature Reviews Neuroscience, 2021.

  • Cionek J. ADPF Primeira – Direito ao Apus e Democracia Metabólica. In: Neurociência Decolonial Contemporânea, 2025.

 

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Jackson Cionek

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