Jackson Cionek
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A Dor como Expressão dos Eus Tensionais - Novas Evidências da OHBM 2025

A Dor como Expressão dos Eus Tensionais - Novas Evidências da OHBM 2025


A dor, por muito tempo tratada como um simples estímulo sensorial com origem objetiva, tem sido reconfigurada pelas neurociências contemporâneas como uma experiência consciente única, profundamente marcada pelas diferenças individuais. Essa virada teórica encontra ressonância direta com o conceito dos eus tensionais, que propomos como núcleos dinâmicos de ação e reação formados ao longo da vida por experiências afetivas, sociais, metabólicas e simbólicas.

A Dor como Expressão dos  Eus Tensionais  Novas Evidências
A Dor como Expressão dos  Eus Tensionais  Novas Evidências

Durante o OHBM 2025, o simpósio "Can brain biomarkers inform our understanding of pain and its associated individual differences?" trouxe contribuições relevantes para essa nova compreensão. Os pesquisadores demonstraram que os métodos tradicionais de neuroimagem, como as análises padronizadas de fMRI, não conseguem captar a complexidade e a diversidade com que os indivíduos experienciam a dor. A dor crônica, especialmente, aparece como um fenômeno idiossincrático, ou seja, como uma expressão direta do modo como o corpo e o cérebro metabolizam experiências ao longo do tempo.


Entre os destaques, o neurocientista Robert Coghill reforçou que a dor é uma experiência de consciência em primeira pessoa, nunca completamente acessível por métricas externas padronizadas. Isso se alinha à ideia de que cada eu tensional carrega uma dor própria, sendo essa dor uma forma de expressão do seu conectomas-dinamicos-metabolismo-existencial-e-saberes-decoloniais" target="_blank" rel="noopener noreferrer">metabolismo conectomas-dinamicos-metabolismo-existencial-e-saberes-decoloniais" target="_blank" rel="noopener noreferrer">metabolismo-existencial-como-arquitetura-da-consciencia-e-da-acao" target="_blank" rel="noopener noreferrer">existencial — o que os Yanomami chamam de Pei Utupe, a alma viva formada pelas memórias episódicas entrelaçadas a sentimentos e afetos.


Li-Bo Zhang apresentou os avanços na busca por biomarcadores neurais capazes de identificar padrões individuais de dor. A pesquisa busca reconhecer que cada pessoa possui circuitos neuroafetivos únicos, cuja ativação pode ser registrada por EEG, fNIRS ou fMRI. Esses padrões podem ser interpretados como expressões materiais dos eus tensionais, revelando como a dor se manifesta em redes corporais específicas, moldadas pelo que a pessoa viveu, sentiu e metabolizou.


Marie-Eve Hoeppli ampliou o debate ao apresentar modelos analíticos alternativos, como aprendizado de máquina, análise de prevalência e clusterização de dados. Essas abordagens abandonam categorias fixas e acolhem a ideia de que os indivíduos compartilham configurações momentâneas e contextuais de dor — da mesma forma que os eus tensionais emergem e se retraem em ciclos emocionais, morais e corporais únicos em cada sujeito.


Já Saül Pascual-Diaz destacou os desafios específicos na compreensão da dor em adolescentes, período no qual os eus tensionais ainda estão em formação. Nessa fase, as tensões sociais, culturais e hormonais formam circuitos emocionais altamente plásticos, tornando a dor não apenas uma experiência física, mas um possível modulador da futura construção da identidade e da rede de eus em desenvolvimento.


Ao integrar essas descobertas com nossos conceitos, compreendemos que a dor não é apenas uma resposta do corpo, mas um sinal sofisticado de tensões internas entre múltiplos eus que habitam cada indivíduo. Cada dor, então, é vivida, interpretada e transformada de maneira única — e frequentemente metabolizada internamente antes mesmo de ser compartilhada com outros eus da própria pessoa, mesmo que de forma inconsciente.


Essa perspectiva aponta para uma nova ética da escuta: uma escuta não apenas do outro, mas das microverdades internas que cada um carrega em forma de dor. E essa dor, quando vem do Pei Utupe, carrega consigo um chamado à reorganização do viver — pois é vivida no corpo e nos sentimentos, e não apenas na imagem mental ou no espírito semântico (Utupe).


A dor é uma fala viva do conectomas-dinamicos-metabolismo-existencial-e-saberes-decoloniais" target="_blank" rel="noopener noreferrer">metabolismo conectomas-dinamicos-metabolismo-existencial-e-saberes-decoloniais" target="_blank" rel="noopener noreferrer">metabolismo-existencial-como-arquitetura-da-consciencia-e-da-acao" target="_blank" rel="noopener noreferrer">existencial — uma manifestação do Pei Utupe — que busca reconexão e sentido. E cada fala é também uma chance de reorganizar os eus, em direção a uma vida mais consciente, ética e metabolicamente enraizada.

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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States