Crise Corpo e Colapso - Quando o Eu Tensional Perde o Senso Crítico
Crise Corpo e Colapso - Quando o Eu Tensional Perde o Senso Crítico
No nosso modelo neuroafetivo, o Eu Tensional é uma organização bioafetiva momentânea do sujeito. Ele articula:
* Emoções bioelétricas (rápidas e localizadas),
* Sentimentos estáveis (memórias afetivas corporificadas),
* Atenção encarnada (baseada na interocepção e propriocepção),
* E senso crítico funcional — a capacidade de avaliar o contexto e reconfigurar-se de forma coerente com a realidade e com os outros.
Porém, em surtos psicóticos, crises de pânico ou colapsos emocionais graves, ocorre uma ruptura desse equilíbrio neuroafetivo, não apenas no plano simbólico ou psicológico, mas no corpo.
O corpo sequestra o Eu crítico
Nesses episódios, o corpo entra em um estado de emergência fisiológica:
* A respiração torna-se desregulada (hiperventilação ou apneia intermitente),
* O ritmo cardíaco se desorganiza (taquicardia, arritmias),
* A Variabilidade da Frequência Cardíaca (HRV) diminui drasticamente, sinalizando perda da flexibilidade autonômica e domínio do sistema simpático — como se o corpo fosse tomado por um estado contínuo de ameaça,
* A hemodinâmica cerebral é alterada, especialmente nos fluxos de sangue e oxigênio para áreas como o córtex pré-frontal (sede do senso crítico) e o giro cingulado anterior (avaliação de erro e conflito),
* O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é ativado, liberando cortisol, o que aumenta a reatividade emocional e inibe a metacognição.
Nesse contexto, ocorre também um sequestro atencional, fenômeno em que os circuitos de atenção são desviados compulsivamente para estímulos internos de ameaça ou caos (sensações corporais desorganizadas, pensamentos intrusivos, imagens simbólicas intensas). A atenção deixa de estar disponível para o diálogo intersubjetivo e para o raciocínio lógico — ela é capturada por circuitos de sobrevivência.
Assim, os Eus Tensionais perdem sua capacidade de integração consciente. O senso crítico não é apagado por completo, mas torna-se inacessível, como se estivesse trancado por uma tempestade neurovegetativa combinada com um foco atencional sequestrado por alarmes internos.
Ou seja, não é a mente que escolhe agir sem responsabilidade — é o colapso corporal e atencional que impede a reorganização dos Eus.
Simulações vs. colapsos autênticos
Esse entendimento é crucial para distinguir comportamentos simulados, nos quais o Eu Tensional ainda possui acesso ao senso crítico (ainda que distorcido), de colapsos autênticos, em que o corpo e a atenção rompem a cadeia bioafetiva que sustenta o "Eu observador".
Indicadores clínicos e neurocientíficos** que ajudam a fazer essa distinção incluem:
* Desorganização respiratória involuntária,
* Diminuição da HRV, sinalizando falha de regulação autonômica,
* Redução da atividade pré-frontal (por fNIRS ou EEG),
* Fixação atencional em conteúdos ameaçadores ou delirantes, sem possibilidade de desengajamento voluntário,
* Falha na manutenção do olhar, da linguagem e da coordenação motora.
Conclusão
Portanto, o Eu Tensional tem acesso ao senso crítico em sua forma funcional, mas esse acesso pode ser suspenso quando o corpo entra em estado de emergência fisiológica, a HRV cai, e a atenção é sequestrada por alarmes internos. É a fisiologia, junto ao desvio compulsivo da atenção, que "desconecta" o Eu observador do Eu executor.
Essa distinção é fundamental para:
* Avaliação clínica e jurídica de responsabilidade,
* Diagnóstico diferencial entre simulação e colapso autêntico,
* E construção de políticas públicas que respeitem a complexidade neuroafetiva da ação humana.
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