Jackson Cionek
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Do Tato à Visão, do Desejo à Predição - Novas Fronteiras para os Eus Tensionais

Do Tato à Visão, do Desejo à Predição - Novas Fronteiras para os Eus Tensionais

OHBM 2025 em Brisbane e mais apresentações que se conectam diretamente com nossas propostas sobre consciência, pertencimento e o papel dos eus tensionais no cérebro vivo.

Do Tato à Visão do Desejo à Predição Novas Fronteiras para os Eus Tensionais
Do Tato à Visão do Desejo à Predição Novas Fronteiras para os Eus Tensionais

1. Representações Supramodais na Memória de Trabalho*


Palestra apresentada por Doyoung Park da Seoul National University, mostra que o cérebro humano pode manter informações sensoriais (visuais e táteis) simultaneamente em áreas corticais de ordem superior, de maneira supramodal. Isso significa que o conteúdo da memória de trabalho não depende mais exclusivamente da modalidade sensorial original — visão ou tato — mas é transformado em um formato mais abstrato, possivelmente simbólico ou imagético.


Essa constatação é profundamente compatível com nossa ideia de que o eu tensional não nasce apenas da ativação de canais sensoriais, mas da reorganização interna desses conteúdos em sistemas simbólicos, perceptivos e motores.

É aqui que o conceito de Apus — propriocepção estendida — se fortalece: essas representações supramodais podem ser o substrato cortical da nossa percepção integrada de corpo, espaço e tempo. Além disso, a evidência apoia o entendimento da lma (Pei Utupe) como um fluxo de memórias perceptuais interligadas, não limitadas a uma única modalidade.


2. Reforço Dopaminérgico e Predição de Recompensa


Arjun Ramaswamy da UCL apresenta evidências eletrofisiológicas diretas do papel da Área Tegmental Ventral (VTA) humana na codificação de erros de predição de recompensa - um dos pilares da aprendizagem por reforço.


Esse mecanismo é o que torna certos comportamentos repetitivos, mesmo que prejudiciais, por validarem internamente aquilo que chamamos de "eus dopaminéricos". Quando o cérebro acerta uma previsão de recompensa, há liberação de dopamina - o que retroalimenta esse eu executor com pertencimento e certeza. A questão é que isso pode acontecer mesmo com recompensas sociais vazias: curtidas, status, ideologias de grupo.

Nosso conceito de ativismo judicial interno - quando o indivíduo julga e se comporta com base em reforços externos sem respeitar seu próprio corpo território - ganha base neurofisiológica concreta com esses achados.


Mais ainda: este circuito VTA-PFC ajuda a explicar como eus críticos ou eus camaleões podem se formar por repetição de padrões culturais que produzem uma expectativa de recompensa — religiosa, política ou afetiva.


Unificando Representações e Recompensas


Estas duas apresentações mostram, por caminhos distintos, como o cérebro pode ser visto como um sistema dinâmico de eus tensionais, que negociam entre a estabilidade das memórias supramodais e a instabilidade das recompensas preditivas.


A mente, como propõe Damásio, é produto da integração contínua entre interocepção e propriocepção.

A formação dos eus depende tanto da forma como representamos o mundo (Apus) quanto de como somos reforçados por ele (VTA).

E o que chamamos de Alma (Pei Utupe) pode ser a síntese subjetiva das múltiplas trajetórias dessas representações, metabolizadas como pertencimento e ação.


Compreender isso é também compreender como resistir às armadilhas da dopamina social e recuperar a liberdade da consciência de primeira pessoa.

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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States